terça-feira, 20 de outubro de 2015

Quando era miúda, sonhava ser empregada de balcão

Drake - Crew Love feat. The Weeknd
Na minha cabeça há 1 ano e meio


Quando era miúda, uma miúda de 5 anos, tinha um sonho, um pequeno sonho. Queria ser emprega, mas acho que me fascinava a ideia de falar com pessoas, muitas pessoas diferentes ao longo do dia… Sorrir e servir, era aquilo que eu via acontecer sempre que ia ao café.

Basicamente, queria ser a senhora ali do Pão Quente, todas as manhãs, antes de ir para a escola, a senhora do Pão Quente oferecia-me línguas de veado, eu pedia “Línguas de gato, por favor” e ela sempre me deu as línguas de veado, mas nunca me corrigiu... Dá para acreditar que durante anos eu achei que línguas de veado e línguas de gato eram a mesma coisa?!

Enfim…

Ser empregada de café já era, tinha agora cerca de 10 anos quando decidi que queria ser médica, medicina ia ser o meu futuro, ia seguir o caminho para salvar vidas! Tão facilmente podia trazer uma vida ao mundo, como também poderia salvar uma vida, fosse por uma doença, ou por um acidente… Acho que era aquela responsabilidade que teria sobre a vida que me atraía, o impacto que teria na vida daquelas pessoas e até mesmo das suas famílias. Esta profissão já não seria incomum na minha família, a minha avó Vitória, mãe do meu pai, tinha sido médica. Nunca conheci a minha avó, morreu antes de nascer, mas ouvi tantas histórias dela, tenho a ideia que ela era um verdadeiro pilar na minha família, mesmo não a conhecendo, queria ser como ela. Queria ser médica, tal e qual a minha avó Vitória!

O.K.!

Agora, aos 14 anos, altura de testes psicotécnicos, supostamente muito elucidativos para escolher o percurso académico dali em diante. Sinceramente, não me lembro quais foram os meus resultados, mas lembro-me bem da insistência dos professores quanto às opções dos agrupamentos no Ensino Secundário, levaram-me a crer que a melhor opção seria o agrupamento de Ciências e Tecnologias, era “O mais difícil”, mas “O que dava para tudo”… Eu sabia que queria ser médica, e para isso, tinha que marcar encontro com a Biologia e a Físico-química nos seguintes anos da minha vida.

Aos 16 anos, já no décimo primeiro ano, a minha cabeça mudou, a minha vida escolar mudou, bem como vida social, a anterior aluna de 4’s e 5’s (e também 3 a educação física) era agora uma aluna de 13’s, poucos 14’s e uns quantos 12’s, sabia que para entrar em Medicina não estava a fazer o melhor trabalho do mundo, distraí-me com a novidade da nova escola, novas pessoas, mas também novas exigências, fui descuidada! De qualquer das formas, como disse, a minha cabeça mudou, já não queria ser médica. Agora, queria ser psicóloga!

A fase em que quis ser psicóloga não foi nada bem aceite pelos meus pais, lembro-me de quando disse à minha mãe, vi tristeza e preocupação nos olhos dela…
“Oh filha… Tens a certeza? É uma profissão que não está nada bem… Vais ter muitas dificuldades em arranjar emprego.”
A minha mãe é linda, é a mulher mais forte e trabalhadora que conheço, amo-a e respeito-a tanto… Mas o futuro é meu, a Patrícia de 16 anos sabia ouvir, mas sabia seguir as suas ideias, o que ela queria, o que ela sonhava...

Entretanto, tanto sonho, tanto sonho, e aos 17 anos, chegou a altura de dar o tudo por tudo. Eram os exames nacionais! Na altura, fiz exame a Matemática, Biologia e Geologia, Física e Química e Português. Senti-me confiante em todos, exepto Matemática, eu tinha a certeza que teria que repetir o exame na segunda fase. A maior das minhas surpresas nesse ano foi ter passado a Matemática, e ter chumbado em Física e Química, não só na primeira fase, mas repeti a proeza na segunda, e última fase.
“Oh não! Não, não, não e NÃO! Chumbei a Física e Química!”
Mal sabia eu, que este pequeno percalço na minha vida ia fazer mudar por completo aquilo que eu queria para o meu futuro, os meus sonhos mudara outra vez… Agora era certo que aos 17 anos não ia terminar o Ensino Secundário e não ia para a faculdade naquele ano como muitos dos meus amigos… Desta, não estava, de todo, à espera!

Nesse ano comecei a trabalhar a sério, o meu primeiro trabalho foi como empregada de balcão numa loja de gomas! O meu sonho de infância concretizou-se! Trabalhei no coração de Lisboa, no Chiado. Amo tanto o Chiado…

Neste trabalho, lidei muito com pessoas, portugueses, ingleses, espanhóis, franceses… Foi nesta altura, na transição dos 17 para os 18 anos que a miúda descobriu outro sonho. A miúda queria ser gestora!

Assim que passei a Física e Química, candidatei-me ao Ensino Superior, entrei em Gestão de Empresas, fiz um aninho daquilo, e guess what?! A miúda descobriu outro sonho, a miúda queria ser Marketeer!


P.S.: Quando comecei a escrever este post, estava a pensar escrever simplesmente sobre quando somos crianças, as coisas que queremos ser, astronautas, veterinários, médicos, cabeleireiros, n coisas… Chego ao fim, e não sei bem o que transpareci mais: 1) sou uma pessoa incrivelmente indecisa e que muda de ideias constantemente; 2) todos os caminhos vão dar a Marketing.
Escolho a opção c) a vida dá muitas voltas!

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Divagações. Quando comecei o blog...

xxyyxx - About you
Na minha cabeça há cerca de 3 anos


Hoje escrevo os meus pensamentos, exatamente conforme vão surgindo!

Quando comecei o blog…

Melhor!

Quando decidi começar a escrever, era uma miúda de 22 anos com muita coisa na cabeça, muitos pensamentos e tantas, mas tantas divagações… Eu sei que é normal as pessoas pararem no tempo e acontecer aquilo que dizemos ser “olhar para o vazio”, mas a quantidade de vezes que isto me acontecia, e principalmente em público, quando por acaso este “olhar para o vazio” era mais algo como “olhar fixa e constrangedoramente para um desconhecido a pensar que sou uma pessoa muito estranha” e eu sem reparar, eram as minhas divagações viajando de um lado para o outro no meu querido cérebro.

As minhas divagações são como eu, sempre de um lado para o outro, ocupadas, desorganizadas, por vezes, demasiadamente enérgicas e sem dar descanso... Por vezes tornava-se cansativo, eu queria dormir, mas elas simplesmente não me deixavam.
Mas o pior das divagações viajarem desordeiramente na minha cabeça, era a quantidade de divagações que existiam. Caramba! Eram tantas!

Um dia, decidi que não podia deixá-las só para mim, com certeza alguém no mundo poderá querer saber das minhas divagações, eu posso dizer que sempre achei muito interessante, não querendo ser presunçosa… As minhas queridas divagações estavam prontas para emigrar!
Meses passaram, cheguei a 2015, e como se diz “Ano novo, vida nova!”, comecei o blog. Finalmente as divagações davam-se a conhecer ao mundo! Surpreendeu-me imenso ver a aderência e o feedback que me davam a cada post, até que um dia (na semana passada), fiquei ainda mais surpreendida quando sou abordada por um leitor (que eu adoro, muito modestamente, chamar de fã - vou trata-lo por fã durante o resto do post!) dizendo-me que o inspirei.

Espera lá! Eu, inspirei alguém? Deixem-me corrigir. As divagações de uma miúda incrivelmente já não recém licenciada inspiraram alguém?

O meu fã disse-me que o inspirei – INSPIREI UM FÃ!!! - E pediu-me também uma opinião crítica acerca de um pequeno texto que se desafiou a escrever. Não é fantástico?

Aquilo que me deixou mais entusiasmada… Aliás, tudo aquilo me deixou entusiasmada. Esperava encontrar um texto pessoal, até porque se eu o inspirei, possivelmente, o fã teria escrito algo segundo uma direção semelhante àquela que eu dou à Miúda, mas fui presenteada por uma linda história que não tinha nada a ver com nada, era simplesmente uma história muito bem escrita. Adorava partilhar, mas o fã ainda está no anonimato, o que me coloca a mim numa posição privilegiada, sinto que tenho um segredo muito bom e que mais ninguém sabe!
O fã fez-me pensar muito nestes últimos dias, dando-lhe os conselhos e sugestões que me pediu, recordei o bom que é escrever, e porque adoro escrever este blog. Quando comecei o blog, não só quis poder arrumar as minhas ideias, mas combinei também a escrita, algo que sempre gostei, com todas estas ideias e opiniões, que por vezes é difícil de expressar de outra forma.
Quando digo que tenho um blog, a reação é sempre a mesma:
“Tens um blog?”
Com um tom tão acentuadamente surpreso… Fico a pensar se eu faço transparecer a pessoa que sou. O que pode ser assim tão surpreendente de eu escrever um blog? Confesso que adoro conduzir as conversas ao blog, adoro dizer às pessoas que tenho um blog, que escrevo, que escrevi um post… Sinto que estou a ter sucesso em introduzir o que sou naquilo que escrevo.


Hoje quis despejar as minhas divagações aqui no blog, tal como penso, assim o escrevo. Afinal, foi exatamente para isto que iniciei o blog, é também uma forma de evitar olhar constrangedoramente para desconhecidos, sem sequer me aperceber de que o faço, simplesmente por estar a divagar ao mesmo tempo que “olho para o vazio”.

PS.: Às vezes demoro imenso tempo à procura de uma imagem que eu possa enquadrar com o post, desisti de perder imenso tempo nisso, vou começar a pôr imagens de vídeos ou de algo que se enquadre com a música que estou a ouvir. Por norma demoro entre meia a uma hora a escrever um post, e durante esse tempo oiço sempre a mesma música em modo repeat. Sou viciada em música, e vocês?

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Há pessoas que não votam



Num dia de comemoração da Implantação da República, falo sobre pessoas que não votam.

Há, por exemplo, portugueses no estrangeiro, alguns daqueles que tiveram que ir à procura de uma vida melhor, que não votam, sem poder fazer ouvir a sua voz.
Há pessoas que não votam porque não querem, porque "Para quê votar?! Nada vai mudar." ou "Eu sou só uma pessoa, não votar, em nada influencia os resultados." ou "Eu não acredito no voto."... 
n razões pelas quais as pessoas não votam...
Há, desde as 8 horas da manhã às 19 horas, mesas abertas prontas para receber os nossos votos.
Há países, onde a percentagem de abstinência não supera a percentagem de partidos vencedores.
Há pessoas em Portugal, que desistiram do país, portanto não votam.
Há quem considere que votar não é importante, não é relevante...

Algo que se via muito nas redes sociais durante o dia de ontem eram coisas do género "Porque votar não é só um direito, mas sim um dever." E depois, todas aquelas fotos no Instagram e todos aqueles posts no Facebook resultou numa percentagem de abstenção superior à percentagem do partido vencedor.

Portugal adora bater recordes, e nestas legislativas bateu outro!

Abstenção bate recorde em 2015 e fica em 43,07%


Ontem, 43,07% portugueses eram mudos, 43,07% portugueses não tiveram opinião, 43,07% portugueses são pessoas que não votaram, para 43,07% dos portugueses, apesar de um ser um direito, votar não é dever. E de certeza absoluta, que os 43,07% dos portugueses irão dizer nos próximos tempos "Pois, este país..." em tom depreciativo, mas estes 43,07% dos portugueses são pessoas que não votam...